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No Brasil, em novembro de 2011, a ABNT lançou uma norma só para cordas, a norma (ABNT NBR 15986:2011 - Cordas de alma e capa de baixo coeficiente de alongamento para acesso por cordas — Requisitos e métodos de ensaio) especifica os requisitos mínimos para fabricação de cordas têxteis de alma e capa trançada e de baixo coeficiente de alongamento, compostas, de 8,5 mm a 16 mm de diâmetro no Brasil, para ser utilizadas por pessoas em operações de acesso por corda, em operações de resgate, bem como especifica os métodos de ensaio para verificação destes requisitos.
 
Ex: (que nós usamos): Modelo KMIII da NEW ENGLAND
 
TECNOLOGIA KERMMANTLE:
 
As cordas de construção Kernmantle apresentam diversos tipos de alma e de capa. A alma da corda é confeccionada por milhares de fibras de nylon torcidas juntas, formando cordões. Estes cordões são torcidos em direções opostas, metade à direita e metade à esquerda, para que a corda seja neutra, isto é, não torça quando submetida a esforço.
A capa, geralmente colorida, é que proporciona a maioria das características de manuseio. Com referência a construção da capa, quanto maior for seu número de fios, maior será sua resistência a abrasão. As capas das cordas New England são trançadas com 48 fios, utilizando a tecnologia mais avançada do mercado. É justamente por este motivo, por sua construção robusta, que as cordas Maxim e KMIII são reconhecidamente as de melhor desempenho.
 
CORDA ESTÁTICA:
 
É uma corda que possui uma alma de nylon de baixo estiramento (elongação), sendo seus cordões internos os que aportam a maior resistência ao esforço. Para que a resistência da corda seja consistente, estes cordões devem ser contínuos, sem emendas ao longo de toda a corda. Ao mesmo tempo, para garantir uma elasticidade mínima, estes cordões devem ser paralelos entre si. Ou seja, a alma (kern) é quem suporta a carga, sendo a capa (mantle) a responsável pela proteção contra sujeira, abrasão e desgaste. Ao eleger uma corda é importante saber se a mesma receberá cargas estáticas ou dinâmicas.
 
As aplicações mais comuns das cordas estáticas KM III são: canyoning, RopeDown, serviços em fachadas de prédios, operações de resgate, linhas de vida, espeleologia, operações de resgate em espaços confinados.
 
FIBRAS DA CORDA:
 
Poliéster: as fibras de poliéster são usadas em muitas cordas. Dacron, a marca registrada da Dupont para este tipo de poliéster, tem um ponto de fusão de 249oC que é similar ao do nylon 6.6 e superior ao nylon 6. As fibras de poliéster tem uma alta resistência ainda quando úmidas, uma baixa elongação à carga de ruptura e uma alta resistência à degradação produzida pelos raios UV. Estas características fazem com que as cordas de poliéster sejam recomendadas para uso náutico. Porém o poliéster tem pouca capacidade de absorção de impactos, o que significa que não pode se adequar a forças de impacto ou cargas contínuas de maneira tão eficiente quanto as fibras de nylon.
 
Nylon: o nylon disponível para cordas é de dois tipos: tipo 6 e tipo 6.6. Ambas fibras possuem propriedades semelhantes, mas o 6.6 apresenta um ponto de fusão mais elevado e uma resistência média maior que o nylon 6. Isto significa que as cordas construídas com nylon 6.6 suportam melhor a abrasão e o uso que uma similar construída com nylon 6. O nylon é 10% mais resistente que o poliéster, mas perde entre 10-15% de sua resistência quando está úmido. Porém, quando seca recupera sua resistência original. De acordo com a informação técnica subministrada pela indústria, o nylon absorve 15.600 lb. (7.076Kg) de força por libra (0.454Kg) de fibra seca, de maneira que o nylon pode absorver quase o dobro de energia de impacto que o poliéster quando ambas fibras estão úmidas.
 
O nylon apresenta uma forte resistência à maioria dos agentes químicos, porém, alguns muito fortes como bases, ácidos ou cloro o degradam. Um fator de risco muito comum provém do ácido das baterias de carro, tanto as de chumbo quanto as seladas (baterias secas). Deve-se ter muito cuidado com que as cordas não tenham contato direto com baterias, vapores e resíduos ácidos que podem se encontrar no porta-malas de carros, garagens, etc. As equipes de resgate industrial devem ter em conta os produtos químicos específicos que se encontram em determinados ambientes de trabalho.
 
A New England utiliza nylon 6.6 na fabricação de suas cordas. Isto lhes proporciona resistência e capacidade de absorção de energia, assim como uma melhor resistência ao calor, agentes químicos e abrasão.
 
DIÂMETRO DA CORDA:
 
Nem sempre um único diâmetro serve para todas as aplicações. Em primeiro lugar, uma corda de diâmetro maior é mais pesada, sendo isto um empecilho para subir. Além disto, quanto maior o diâmetro mais difícil será o manuseio em técnicas verticais. Além do problema do peso adicional, uma corda mais grossa poderá dificultar a utilização de diversos equipamentos: na maioria dos casos, estes equipamentos (polias, ascenders, descenders, freios, etc.) trabalham com cordas de até 12.5mm. Cordas mais grossas só trabalham com equipamentos maiores, de tipo industrial, geralmente de maior especialização e mais caros.
 
Para escolher o diâmetro de corda, deve-se determinar antes a carga máxima de trabalho que a corda deverá suportar. Será para uma pessoa só? Ou serão duas, incluindo por exemplo um acidentado, a maca e o responsável pelo resgate?
 
Em todos os casos, o mais importante a considerar é a resistência da corda, ou seja, a sua carga de ruptura e a conseqüente carga de trabalho. Para maiores informações, ver quadros de especificações técnicas.
 
A corda deverá ter sempre uma carga de ruptura várias vezes maior que a carga que irá suportar. Esta relação entre resistência e carga é conhecida como fator de segurança. Se a resistência da corda é de 2.500 lb (1.134Kg) e a carga de 500 lb (226Kg), então o fator de segurança será 5:1.
 
Para se ter uma idéia, esse fator de 5:1 é considerado adequado para transportar equipamentos, mas insuficiente quando vidas humanas dependem da resistência da corda. Por exemplo, nos EUA se recomenda um fator de segurança bem mais conservador, de 15:1. Ou seja, que para a mesma carga de 500 lb (226Kg) a corda deverá ter uma resistência de no mínimo 7.500 lb (3.402Kg). A corda de resgate KMIII de ½ polegada (12,5mm) tem uma resistência mínima de ruptura de 9.700 lb (4.403Kg). Usando o fator de segurança de 15:1, você obterá uma carga de trabalho (em segurança) de 646 lb (293Kg), superior a carga de 600 lb fixada pela NFPA (National Fire Protection Association, USA) para uma carga de duas pessoas em uma corda de vida do serviço de bombeiros. As 9.100 lb (4.127Kg) restantes constituem a margem de segurança para todos aqueles fatores que reduzem a resistência de uma corda: nós, uso de equipamentos, cantos afiados de rocha ou prédios, dobras agudas, etc. (ver quadro de especificações técnicas na pág. 8).
 
A resistência de uma corda é medida como carga de ruptura. É preciso lembrar também que a carga mínima de ruptura de uma corda está baseada em provas feitas em cordas novas. Na medida que uma corda for usada, sua resistência diminui e também diminuirá sua carga de trabalho.
 
Na hora de comprar uma corda é importante comparar o peso por cada 100m em diferentes cordas de um mesmo diâmetro. Além do tipo de construção, a resistência da alma é dada pela quantidade de nylon utilizado em sua fabricação. Por isto, cordas do mesmo tipo de construção e do mesmo diâmetro devem possuir resistências similares se possuem a mesma quantidade e qualidade de nylon.
 
FORÇA DE IMPACTO:
 
Força de impacto e resistência são dois conceitos diferentes. As cordas absorvem a força do impacto de uma queda quando elas esticam. A força de impacto enunciada nas especificações dos fabricantes é a quantidade de energia que a corda não absorve e transmite aos usuários, tanto ao que está na ponta quanto aquele que a segura. Quanto menor for a elongação, maior será a quantidade de força de impacto transmitida ao usuário. No caso de cordas estáticas, este parâmetro não é tão importante já que as mesmas teoricamente não serão utilizadas em situações de grandes forças de impacto, para quedas com um fator maior a 0.25
 
Cordas estáticas KMIII - Especificações técnicas
 
Diâmetro         Peso (gr x metro)   Carga de Ruptura (Kg)   Carga de Trabalho (15:1)   Elongação p/ 204Kg   p/ 408Kg
3/8" (9.5 mm)             67                  2966                                                                197,73                           2%              3%
7/16" (11 mm)            89,3               3632                                                                 242,13                          2%              3%
1/2" (12.5 mm)         107,2               4403                                                                 293,53                          2%              3%
Vida útil:
A vida útil de uma corda não pode ser preestabelecida. A sua duração depende de uma grande quantidade de variáveis, incluindo o cuidado individual, a freqüência de uso, o tipo de equipamentos utilizados, a velocidade de descida em RD, a exposição a abrasão, o clima e o tipo de carga que é submetida.
Qualquer corda, inclusive a Maxim e KMIII, é vulnerável às forças destrutivas. Qualquer uma pode apresentar falha após ter sido descuidada ou submetida a condições extremas como cargas de impacto ou bordas afiadas. Você deve aposentar a corda quando ela apresentar cortes, quando a abrasão tenha causado um desgaste significativo na capa, após uma queda forte (fator de queda maior que 0.25 em corda estática), quando existir suspeita de contaminação por agentes químicos ou em qualquer outra situação em que existam dúvidas à respeito.
 
Em caso de cordas dinâmicas é praticamente impossível gerar uma carga que rompa a corda como resultado de uma queda. Porém, pode ocorrer uma falha na corda como resultado do efeito de vários fatores acumulados, por exemplo, uma queda extrema em uma corda que já tenha sido exposta a cantos afiados ou em corda que tenha se deteriorado devido a uma manutenção deficiente. Como regra geral, uma corda dinâmica não deve ser utilizada mais que quatro anos. Para uso normal, isto é, durante final de semana, dois anos é uma vida razoável. Escaladores ativos calculam a expectativa de vida de suas cordas entre três meses e um ano.
 
Inspeção da corda: antes de cada uso deve-se inspecionar a corda palpando-a em todo seu comprimento. Prestar atenção a qualquer irregularidade, caroço, encurtamento ou inconsistência. Em especial deve-se estar atento ao efeito "ampulheta", o emagrecimento da alma que indica que a corda se encontra perigosamente debilitada.
Inspeção visual: verificar se a capa está desgastada até o ponto em que mais do que a metade dos fios externos pareçam partidos, se a capa encontra-se acumulada em qualquer um dos extremos ou se a alma sair da capa. Qualquer um destes indicadores significam que a corda deve ser aposentada. Além de palpar a corda e inspeciona-la visualmente, é bom formar um semicírculo com a corda em toda sua extensão; se em algum local a corda não formar uma curva uniforme, isso significa que a mesma encontra-se deteriorada, devendo ser cortada naquele local.
 
Como cuidar de sua corda;
Manter a corda afastada dos agente químicos: apesar de serem utilizados os melhores materiais e tecnologia, qualquer corda de kermantle Nylon deve ser protegida. Os agentes químicos são os piores inimigos da corda. Gasolina, óleo, ácido de bateria, benzendo, formal de hído, tetracloreto de carbono e fenol (aquele dos limpadores com cheiro de pinho) podem debilitar e destruir o nylon. Além disso, o concreto também possui alguns elementos destrutivos, por isto, a corda não deve ser armazenada em piso de cimento.
 
Manter a corda limpa: as cordas também não devem ser armazenadas no chão, já que a sujeira pode danificá-las. Pequenas partículas de terra podem introduzir-se entre as fibras e na seqüência, na hora de dar tensão a corda, podem cortar as fibras causando desgaste na capa e na alma. Pisar na corda com sapatos sujos acelera e muito este processo.
 
A melhor forma de manter a corda limpa é utilizando um limpador de corda que se ajuste a uma torneira comum. Também se pode usar uma simples bolsa de malha aberta em lavadora em ciclo delicado, tendo cuidado de não danificar a lavadora. Pode-se utilizar sabão suave sem agentes químicos, nunca detergentes. Com as cordas Dry deve-se usar somente água, já que os sabões e detergentes contém agentes que possuem afinidade com os químicos utilizados para fazer que a corda seja resistente a água, podendo causar a perda desta propriedade. Deixe secar a corda ao ar livre, longe da luz do sol.
 
Manter a corda longe do sol: os raios UV também são ruins. Sempre que possível deve-se deixar a corda em local fresco, limpo e na sombra. Também não deve se deixar que a corda se aqueça; um armazenamento prolongado a altas temperaturas pode provocar perda de resistência.
 
Mantenha a corda longe de cantos afiados: isto é muito importante, muitos escaladores se enganam com a aparência robusta de uma corda kernmantle. De fato, ela é extremamente resistente ao logo de seu eixo longitudinal, mas pode ser cortada muito facilmente ao aplicar uma faca transversalmente as fibras. Por isso, sempre se deve proteger a corda quando está corre por um canto afiado ou com protuberâncias. Deve-se ter particular cuidado na utilização de piolet e crampons, os quais podem acabar abruptamente com a vida útil da corda.
 
Manter o registro da corda: Não existe maneira não destrutiva de saber se a corda está boa ou não. Depende somente do dono conhecer sua corda e saber a quais esforços a mesma foi submetida. Nunca empreste sua corda; é aconselhável manter um registro com sua história.
 
Torção: é uma das coisas mais incomodas que pode acontecer com uma corda. As cordas New England são enroladas sem torção. Desenrolar erradamente a corda pode causar torções. Ela deve ser desenrolada dando voltas ao carretel ou pacote, em vez de simplesmente levantar a corda por um extremo deixando o carretel ou pacote no chão. O uso de descenders e outros equipamentos podem produzir torção na corda. A melhor forma de tirar a torção é deixar a corda pendurada por um extremo, assim esta voltará ao normal.
 
Normas:
Nos últimos anos vem ocorrendo muitas discussões a respeito do estabelecimento de normas para atividades em altura. Algumas organizações tem estabelecido normas na área de equipamentos para montanhismo, outras tem se envolvido recentemente na fixação de normas para cordas e equipamentos de segurança. A New England apóia o conceito de fixação de normas para cordas e equipamentos e todos os esforços que se orientem a melhorar a segurança dos usuários destes equipamentos. Em concordância com esse conceito, é importante entender as origens das normas antes de adotá-las para suas operações e saber para que tipo de operação foi criada.
 
NFPA:
As normas NFPA (National Fire Protection Association) são adotadas pelos departamentos de bombeiros dos EUA.
Em 1990 a Associação Nacional de Bombeiros dos EUA (NFPA) adotou uma norma revisada chamada "NFPA 1983 Standard on Fire Service Safety Rope, Harnesses and Hardware, 1990 revision". Esta norma está dirigida aos departamentos de bombeiros e fixa as normas para uso de determinados equipamentos para trabalho em altura quando utilizados por um bombeiro em operações de controle de incêndios. A revisão de 1990 exige que um laboratório independente certifique que todos os equipamentos atingidos pelas normas de 1983 cumpram realmente com estas exigências. A New England oferece suas cordas KMIII com o certificado NFPA. A norma de 1983 da NFPA cobre também os equipamentos e cintos utilizados no combate a incêndios. Assim como o faz para cordas, este regulamento fixa normas para a construção, etiquetagem e rendimento dos equipamentos.
Para maiores informações escrever para National Fire Protection Agency, Batterymarch Park, Quincy, MA 02269, USA.
 
UIAA:
A União Internacional de Associações de Alpinismo (UIAA) tem estabelecido normas para os equipamentos e a segurança dos montanhistas. Em geral essas normas cobrem cordas, mosquetões, pitons, ascenders, piquetas, crampons, capacetes, cintos e peitorais de segurança. Todos os equipamentos aprovados pela UIAA devem possuir sua etiqueta no equipamento.
Para uma corda de escalada, a prova máxima é resistir a queda de um escalador que se encontra por cima de sua última proteção. Em cada prova a corda deve resistir, sem romper, cinco impactos sucessivos de uma carga de 80Kg para cordas simples e 55Kg para cordas duplas. Para mais informações escrever para UIAA, Post Box 237, CH 1211, Geneve 11, Suíça.
 
ASTM:
Um esforço mais recente de estabelecer normas para equipamentos e técnicas de resgate está sendo conduzido por uma organização conhecida como ASTM (American Society for Testing and Materials). É a maior organização elaboradora de normas do mundo, tendo trabalhado no estabelecimento de normas para uma ampla variedade de materiais e técnicas de trabalho, em áreas tão diversas como a indústria, a construção e a medicina. A ASTM utiliza procedimentos de fixação de normas de consenso absoluto, isto é, as normas são fixadas através de um longo procedimento democrático que envolve a todas as pessoas atingidas pela norma, incluindo tanto os usuários como os fabricantes. Atualmente está se trabalhando na fixação de normas para busca e resgate através do comitê F32 e na fixação de normas esportivas através do comitê F8. Qualquer pessoa interessada nestas normas pode participar assistindo as reuniões ou enviando seus comentários por correio. Para mais informações à respeito dessas normas escrever para: ASTM, 100 Bar Harbor Drive, West Conshohocken, PA 19428-2959, USA.
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